Eu queria era dizer diferente aquilo que todo mundo sente mas não consegue expressar . . .


quarta-feira, 2 de março de 2011

Não sou ninguém importante ,

e eu espero que meu nome seja logo esquecido. Eu gosto de azul e preto. Há dias em que gosto de cinza, mas são dias-quase-nunca. Eu passo horas olhando nuvens. Não acho que os olhos sejam a janela da alma; olhos mentem. Apego-me fácil a humanos. Tenho memória seletivissíssima. Gosto de música. Tenho uma pilha de livros no quarto. Queria ser capaz de montar um quebra cabeça de duas mil peças. Eu não consigo fazer isso. Sério, minha paciência não me permite! Eu esqueço nomes de coisas e pessoas. Minha memória (ou a falta dela) é meu pior defeito. Ó, não me dê relógios de presente. O tempo é só uma das centenas de coisas que me causam medo. Nasci na época errada e no país errado. E eu não sou nada patriota! Gosto muitíssimo exageradamente muito demasiadamente demais de queijos, milhos e brócolis. Quero viver numa casinha de madeira no interior da França, numa cidade muitoo fria. Haverá xícaras, chá ,biscoitos e chocolate quente. Xadrez e cadeiras de balanço também serão bem vindos. Uma lareira na sala, por favor.

[Henrique de Paiva Resende - adaptado]



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